Memórias da Rua – o acervo da Rede Rua

O presente projeto pretende processar o fundo documental constituído pelos documentos coletados, guardados e produzidos pela instituição Rede Rua, ao longo de seus 40 anos de atuação junto a população em situação de rua na cidade de São Paulo. São documentos de diversas tipologias e espécies, com um rico e variado conjunto de fotografias, filmes, livros e objetos que atestam a vida na rua, “vida no trecho”, desta população que hoje beira 90 mil pessoas. Este projeto origina-se na atuação da Rede Rua em parceria com a Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama (FDUSP) e já numa primeira etapa de trabalho, debruçou-se sobre o jornal O Trecheiro, disponibilizado integralmente à consulta pública, na página eletrônica da Rede Rua.

Equipe: Joana Barros (coordenação), Monica Galvão (coordenação de arquivo), Gabriel Rodrigues (pesquisador/documentalista). 

Parceiros: Rede Rua; Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama (FD/USP); IEB/USP.

Memória da História Oral no Brasil

O Projeto Memória da História Oral no Brasil, desenvolvido em conjunto com a Associação Brasileira de História Oral (ABHO), tem como finalidade a criação e consolidação de um arquivo digital institucional voltado à preservação, organização e difusão da trajetória da entidade e de sua contribuição para o campo da história oral no país. Trata-se de uma iniciativa que visa reunir, catalogar, descrever e disponibilizar ao público um conjunto de documentos textuais, visuais, sonoros e audiovisuais produzidos ao longo das décadas de atuação da ABHO. O projeto busca oferecer suporte técnico às ações de memória institucional, garantindo o acesso a atas, registros de eventos, publicações, materiais de comunicação e demais documentos relevantes. Com isso, pretende-se fortalecer o reconhecimento da história da ABHO como parte fundamental da consolidação e expansão da história oral no Brasil, promovendo sua apropriação crítica por pesquisadores, docentes, estudantes e demais interessados.

Equipe: Ricardo Santhiago e Joana Barros (coordenação).

Parceria: Associação Brasileira de História Oral (ABHO) e GT Memória da ABHO. 

Políticas de segurança e violência de Estado: relatos de luta e imagens de resistências das mães da Chacina de Osasco

Esse projeto de pesquisa e extensão é uma parceria entre o LASInTec (Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias de Monitoramento, EPPEN) e o CMUrb (Centro de Memória Urbana, campus Zona Leste) da Unifesp com a Associação 13 de Agosto, movimento de mães e familiares de pessoas vitimadas na chacina de Osasco e Barueri de 2015. Objetiva-se registrar e produzir memória dessas mães, cujos filhos foram executados por um grupo de extermínio composto por policiais, através de registros audiovisuais e entrevistas de história de vida. O acervo foi pensado para funcionar como ferramenta de pesquisa e de luta por memória, reparação e justiça.

Equipe: Joana Barros e Acácio Augusto (coordenação), Fabiola Fanti (Unifesp), Gabriella De Biaggi (USP, Bolsista CMUrb 2023-2024) e Gabrielle Rodrigues (bolsista PEUI 2023).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo - Bolsa.

Sotaque paulista: A vida e a música de Miriam Batucada (1947-1994)

O presente projeto é uma derivação da investigação "Arte e artistas na Zona Leste de São Paulo: História oral, memória e experiências urbanas (1950-1990)". Tem como propósito reunir e organizar documentação sobre a vida pessoal e profissional da cantora e compositora Miriam Batucada, nascida Miriam Ângela Lavecchia, iniciou sua trajetória artística no bairro da Mooca. Objetiva-se a produção de um livro biográfico e de um CD com as composições da artista e a disponibilização de seu acervo pessoal.

Equipe: Ricardo Santhiago (Coordenação), Juliana Rissardi da Costa (2020/2021) e Taiza Silvestre.

Financiamentos: Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo - Auxílio financeiro.

Arte e artistas na Zona Leste de São Paulo: história oral, memória e experiências urbanas (1950-1990)

No arco dos últimos dez anos, uma série de trabalhos oriundos de diferentes disciplinas têm abordado a produção cultural da/na Zona Leste de São Paulo, privilegiando o estudo de coletivos culturais que emergiram após os anos 1990 e sugerindo a existência de um vazio cultural urbano na região nos períodos anteriores. Animada pela história oral, pelos estudos da memória e pela história pública, a presente investigação visa discutir, em perspectiva histórica, os percursos de formação, desenvolvimento profissional e usos do espaço urbano por artistas da/na região, entre os anos de 1950 e 1990. As trilhas de formação e desenvolvimento profissional, as trocas materiais e simbólicas, a constituição de redes sociais de interlocução e cooperação, a persecução de trajetórias mais ou menos dissonantes, as interdições e os conflitos implicados por uma marca de origem, os posicionamentos em um campo de disputas e embates profissionais, os modos de usar a (e ser usado pela) cidade, são alguns dos eixos de discussão mobilizados pela pesquisa.

Equipe: Ricardo Santhiago (coordenação), Amanda Batista Bento (bolsista, 2020/2021).

Financiamentos: CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa - Bolsa.

Acervo Claude Santos 

Esta pesquisa integra os trabalhos do Centro de Memória Urbana e se soma a um conjunto de outras pesquisas que se dedicam à obra de variados artistas cujas contribuições trazem perspectivas inovadoras para o entendimento da história urbana em suas múltiplas dimensões, territorialidades e regionalidades

A especificidade da produção de Claude Santos - de qual destacamos as séries filmográfica, fotográficas e literária sobre Canudos, sobre os Baianos, sobre o Recôncavo Baiano e sobre a Chapada Diamantina, bem como a refinada pesquisa em torno do poeta Castro Alves -, reside nos horizontes de leitura sobre a cultura popular que os documentos produzidos e organizados permitem articular. Deste modo, a constituição do seu acervo documental é entendida como a possibilidade de apresentação e divulgação da história pública por meio de instrumentos de pesquisa que articulam o público em torno de interpretações inovadoras sobre a história.

Equipe atual: Joana Barros (coordenação), Pedro Cavalcanti Santos, João Batista da Silva (UNEB), Monica Galvão e Caio Marinho; Danielly Nobriga (2020/2021), Gabriela Carvalho (2020/2022), Pedro Carvalho Neto (2020/2023).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo e Fundação Tide Setúbal. 

Parceiros: IPEN - Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares / Centro de Tecnologia das Radiações. 

 

Acervo Maria Célia Paoli - Em busca da política

Esse projeto está ancorado nos fundamentos teóricos da história pública e se dedica à constituição de um acervo documental em torno da produção da socióloga Maria Célia Pinheiro Machado Paoli. Integrando os trabalhos do Centro de Memória Urbana (CMUrb) em parceria com grupo de pesquisa Dissenso, o bacharelado de Relações internacionais da UFABC e o Observatório das Desigualdades, Conflitos, autonomia e Democracia da  UFSCar, esta iniciativa inaugura um linha de trabalho sobre trajetórias de intelectuais brasileiros que se dedicaram a pensar a formação social brasileira cujas contribuições trazem perspectivas inovadoras para o entendimento da história do país em múltiplas dimensões.

O fundo documental em posse do Centro é composto de livros, documentos de trabalho, alguns objetos e arquivos digitais deixado por Maria Célia Paoli será  processado a partir de metodologia desenvolvida pelo CMUrb, compartilhada neste momento com os parceiros do projeto que serão também depositários e divulgadores deste acervo. 

Equipe: Joana Barros e Ricardo Santhiago (coordenação),, Fábio Sanchez (UFSCar), Guilherme Nafalski (Unicamp), Diego Azzi (UFABC), e Gabriel Rodrigues, Gabrielle Rodrigues, Lais Marote (bolsistas PEUI 2023 e Programa de pesquisa CMUrb 2023/2024), Gabriela Carvalho e Pedro Carvalho (2022/2023). 

Financiamentos: Universidade Federal de São Carlos e Universidade Federal de São Paulo.

 

Quilombhoje literatura: uma luta que nos transcende

Esta pesquisa integra as ações do Ateliê de História Oral. O projeto Quilombhoje Literatura: uma luta que nos transcende se propõe a revelar, para o público em geral, uma faceta desconhecida, embora fundamental, do Movimento Negro Brasileiro reorganizado no final da década de 1970. Busca-se recolher documentos e depoimentos  para a construção de um acervo público sobre este grupo. Para isto pretende-se constituir um acervo documental e de história oral, que sendo público, gratuito e de fácil acesso torne acessível a história do grupo Quilombhoje. O acervo Quilombhoje está em processo de constituição, a partir das histórias de vida dos membros do grupo responsável pela edição dos Cadernos Negros. O projeto prevê a recepção de documentos dos entrevistados (fotografias, documentos diversos, livros, papéis inéditos etc), bem como das publicações editadas pelo Quilombhoje.

Equipe: Joana Barros e Abílio Ferreira (coordenação), Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa (Quilombhoje); Gabriel Rodrigues (bolsista PIBEX 2024) e Victória Lacerda (bolsista PIBEX 2021).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo (bolsa); Instituto Ibirapitanga (bolsa).

Parceiros: Instituto Tebas; Arquivo Edgard Leuenroth (Unicamp); SESC - Serviço Social do Comércio.

 

Memória, história e práticas da vida: Três atos da resistência conselherista

Este projeto integra a agenda partilhada com pesquisadores de outras universidades e grupos de pesquisa que compõem um campo de trabalho conjunto. A pesquisa se debruça sobre o universo do sertão baiano a partir de Canudos, investigando as disputas empreendidas em torno do horizonte historiográfico da Guerra Contra Canudos em 1896-7. Parte-se daqui para pensar e adentrar as práticas que os descendentes dos que viveram no Belo Monte, os conselheiristas de hoje, vêm construindo no cotidiano das suas vidas, elaborando memória, história e práticas da vida desde suas lutas e enfrentamentos contra os projetos de desenvolvimento na região. Para tanto, estruturam-se 3 eixos: Práticas e Saberes do Sertão; Memória das secas e Memória conselheirista. Partimos da identificação de fundos documentais, da produção de história oral e da produção de cartografias que produzam um mosaico de informações e narrativas constitutivas dessa disputa, tendo como um dos articuladores deste campo de conflitos os projetos de modernização destinados ao sertão. 

Equipe: Joana Barros (coordenação), Paulo Zangalli Junior e Grace Alves (UFBA), Caio Marinho (USP), João Batista da Silva (UNEB), Gabriela Carvalho (UnB), Patrícia Cruz (PROPUR/UFRGS) e Juan Rodrigues (bolsista PEUI 2023).

Financiamentos: Universidade Federal de São Paulo - Bolsa.